Umami na sua cozinha
Ele está no tomate, no queijo, no peixe e em vários outros alimentos do seu dia a dia. Veja onde encontrar o quinto gosto básico.
Muitas pessoas acreditam que para manter uma dieta balanceada é preciso consumir uma grande quantidade de frutas, legumes e verduras. E é inegável que ingerir esses alimentos atribuem mais qualidade à rotina alimentar.
No entanto, seria esse o real significado de uma alimentação equilibrada? Para Camila Leonel Mendes de Abreu, mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o cardápio deve conter carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e água, sempre considerando os gostos dos indivíduos. “Costumo dizer que quanto mais colorido for o prato, maior a chance de as pessoas incluírem os nutrientes necessários”.
Uma alimentação a base de frutas e hortaliças, por exemplo, é considerada um equívoco pelos nutricionistas. A abstenção de alimentos umami como a carne ou os lácteos (leites, iogurtes, queijos e derivados) pode gerar falta de cálcio e de vitamina D, comprometendo a saúde óssea. “Além disso, esses alimentos são fontes de vitamina B12 e de ferro heme, um nutriente que é bem absorvido pelo organismo”, e a falta dele aumenta o risco de anemia .
É fato que nos últimos anos houve um aumento na deficiência de vitaminas e minerais, como o ferro e o cálcio. “Trata-se de um déficit nutricional conhecido como ‘fome oculta’. Os estoques de vitaminas e minerais começam a baixar, mas o organismo não dá sinais. Esses sintomas só ficam evidentes em um estágio mais grave da deficiência”.
Camila lembra da importância de ingerir mais calorias que ajudam na manutenção da saúde e menos calorias que forneçam apenas gorduras e açúcares. “Uma maçã e uma cocada podem ter praticamente o mesmo valor calórico, mas a maçã possui fibras que ajudam na saciedade, diminuem a absorção da gordura e colaboram para o bom funcionamento do intestino”.
Outro ponto de atenção é a ingestão elevada de sódio que, além de aumentar a pressão arterial, pode causar doenças crônicas e interferir na absorção e no metabolismo do cálcio. “A população brasileira consome até cinco vezes mais que a quantidade ideal”. É fundamental ler as informações disponíveis na rotulagem dos alimentos. “Se o alimento tiver mais de 480 mg de sódio por porção, deve ser consumido com moderação”, acrescenta Camila.
Sobre os impactos que a correria do dia-a-dia causou nos hábitos alimentares das pessoas, a nutricionista faz a sua avaliação. “Se houve melhora ou piora na alimentação? Depende. Ao mesmo tempo que possibilitou experimentar novos sabores e texturas, contribuindo para a formação do paladar, causou a ausência de horários e estimulou a substituição de refeições por fast-food, pratos prontos e demais preparações baseadas em gorduras, açúcar e sal”.
Benefícios de uma alimentação equilibrada
Além de beber a quantidade suficiente de água e manter uma rotina equilibrada, para manter uma pele saudável recomenda-se o consumo de alimentos como:
Laranja, limão, acerola e morango e vegetais amarelos, incluindo a cenoura, a abóbora e o milho que são umami.
Acrescentar alimentos verdes escuro (espinafre, brócolis e aspargo) para obter as vitaminas A e C. Esses micronutrientes têm ação antioxidante;
Leguminosas, pães e cereais integrais, ovos (umami!) e verduras escuras, para obtenção de vitaminas do complexo B;
Carnes magras e cereais integrais para suprir o mineral zinco;
Peixes como o salmão e atum (umami de novo!), óleo de linhaça, gergelim e girassol, para obter ácidos graxos ômega-3
Quanto devemos consumir?
O Institute of Medicine estimou as Faixas de Distribuição Adequadas de Macronutrientes, expressas na forma de percentual do total de energia que a pessoa consome. Ou seja, uma medida de 45% de carboidratos significa que é aceitável que 45% de tudo o que a pessoa consuma venha desse nutriente. Se os indivíduos consumirem acima ou abaixo das faixas sugeridas, há risco potencial de desenvolvimento de doenças crônicas ou de consumo insuficiente de outros nutrientes.